top of page

#EleNao: manifestação política de âmbito global demonstra

forte rejeição ao candidato Jair Bolsonaro

Opositores de Bolsonaro criam uma campanha de repercussão internacional em defesa do movimento antifascista

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Bandeira símbolo do movimento LGBT (Foto: Reprodução / Pixabay)​​​​​​​​

“A minha liberdade termina quando começa a do outro". A frase de Herbert Spencer cairia como uma luva diante do atual cenário político conturbado, no qual nos encontramos. A pouco menos de um mês das eleições presidenciais, as redes sociais estão divididas entre a direita, a esquerda e o centro. Atualmente o indivíduo tem, cada vez mais, sobreposto suas visões e pensamentos sobre de outros e isso, consequentemente, gera um sentimento de intolerância e radicalismo.

 

Entre os candidatos à presidência, Jair Bolsonaro, PSL, se destaca quando o assunto é polêmica midiática. Tem ganho gradativamente o desprezo de simpatizantes da esquerda, mulheres e grupos lgbtq+ por seus discursos de cunho machista, misógino, racista e outros. Em diversas aparições aos principais canais de comunicação como tv aberta, tv paga e mídias sociais, demonstrou repúdio e ódio às minorias sociais.​

 

Não satisfeitas com as declarações do candidato e de seus eleitores, milhares de mulheres se reuniram e criaram no Facebook o grupo intitulado “Mulheres unidas contra Bolsonaro”, que gerou repercussão internacional, após atingir a marca de aproximadamente 1 milhão de componentes em pouco mais de 1 semana e que vira a ser derrubada por hackers após atingir a marca de 2 milhões de membros.​

 

As administradoras do grupo relataram que além das ameaças para apagar o grupo, tiveram suas contas pessoais invadidas e hackeadas.

 

​​A #Elenão foi a hashtag mais comentada da semana e ainda contou com o apoio de influenciadores da mídia como: Alessandra Negrini, Deborah Secco, Bruna Marquezine, Claúdia Raia, Patricia Pilar, a polêmica jornalista Rachel Sherazade, que surpreendeu seus seguidores do twitter ao apoiar o movimento contra o candidato e diversos outros. Tendo em vista que Sherazade é conhecida por ter um ponto de vista conservador, seu apoio ao movimento causou estranheza de muitas pessoas. 

 

A jornalista manifestou-se após o comentário de cunho preconceituoso e machista do vice de Bolsonaro, general Hamilton Mourão, do PRTB, que declarou que famílias ‘sem pai e avô, mas com mãe e avó’ são ‘fábricas de desajustados’ que ‘tendem a ingressar em narco-quadrilhas’. Sherazade foi atacada por seguidores de visões políticas contrárias às suas em relação ao candidato.

​Como os veículos de comunicação se comportam diante da #Elenao?  

​Em ambos os veículos de comunicação “Folha de São Paulo” e “Isto É”, a construção de imagem do candidato se faz nítida a partir de falas Mourão a construção de um “personagem do mal”. Para isso utilizam a técnica da função, manipulação e informação para passar a ideia defendida.

 

​O jornal “Folha de São Paulo”, por exemplo, no decorrer de seu texto, expõe o candidato através de conceitos relacionados a movimentos, “seu argumento é análogo ao utilizar pelos críticos da união homossexual”, “crise de costume”. Na mesma ideia, a “Isto É”, faz um apelo para a liberdade de “ser”.​

 

Os dois veículos tem objetivos semelhantes ao usar a técnica da função e manipulação, na qual a questão principal não é o efeito daquela informação e sim a função de expor um candidato, e em contra partida utiliza a técnica da informação, na qual se preocupa com a transmissão e eficácia do conteúdo.​

 

Publicado em: https://medium.com/singular-plural/elenao-manifesta%C3%A7%C3%A3o-pol%C3%ADtica-de-%C3%A2mbito-global-demonstra-forte-rejei%C3%A7%C3%A3o-ao-candidato-jair-e6916f7cf22d

•••

Parece que há mais ultraconservadores saindo do armário do que gays”

“Foi entendido como uma autorização para discriminar”

Duas mulheres com uma faixa amarrada na região da boca simbolizando a repressão contra o comportamento e vontades da comunidade LGBT (Foto: Reprodução / Pixabay)

 

Frases do tipo “agora eu vou poder fazer o que eu sempre quis, que é matar viado” ou “ei, sapatão seus dias estão contados” se intensificaram com a vitória de Bolsonaro. Perseguições, ameaças, agressões nas ruas e pelas redes sociais contra a comunidade e membros LGBT se multiplicaram desde o período eleitoral.

Os meios de comunicação mais independentes vêm alimentando um ódio e fechando seguidores em bolhas. As eleições intimamente conectadas, trabalharam para que a população se divida entre uma guerra de partidos e ideias liberais e conservadoras. E a grande mídia? estão contabilizando os ataques às minorias, que nesse período teve um aumento de 30% comparado a violência contra a comunidade LGBT em 2017. Um recorde para o país.

Tanto a mídia tradicional quanto a alternativa vêm com um objetivo de divulgar esses números e ameaças, a fim de justificar ou apoiar as manifestações. Embora, a exposição do presidente fascista e seus seguidores em seus veículos, os meios de comunicação não colocam à prova a frágil segurança da comunidade LGBT no Brasil.

O EL PAÍS perguntou a dezenas de pessoas LGBT em associações e fóruns. Seus testemunhos desenham um país cada vez mais agressivo contra a homossexualidade. “Estamos notando um recrudescimento na relação entre a comunidade e o resto da sociedade. É fruto do discurso de ódio do presidente eleito que foi entendido como uma autorização para discriminar.”, alerta Cláudio Nascimento, coordenador da ONG Grupo Arco-íris.

 

 

Comportamento das comunidade LGBT após resultados das eleições

Lucas Moreno, de 35 anos, parou de andar de mãos dadas com o marido nas ruas de São Paulo. Ambos, que sempre se sentiram cômodos com sua homossexualidade tomaram essa decisão depois do resultado. “Vimos que a nossa atitude em público teria que mudar, não poderíamos mais trocar carinho na rua porque sentimos uma reação muito agressiva à nossa simples existência”, conta Lucas, gerente de uma empresa do ramo imobiliário.

G.G de 16 anos, conta que deixou de ir a bailes destinados a comunidade LGBT com medo de algum atentado, “parece que há mais ultraconservadores saindo do armário do que gays”, acrescenta a menina que tirou todos os símbolos LGBT com medo de prejudicar seu convívio no trabalho.

Existem muito mais casos de gays cedendo a essa repressão e alta prevista é muito maior. Entretanto, com o resultado das eleições e aumento dos evangélicos na política brasileira, os veículos de comunicação tradicional mudaram o comportamento e ficaram mais passivos a temas culturais.

Já na mídia alternativa em combate a esse governo e congresso evangelista, surgiu um movimento que viabilizou no país no dia do resultado das eleições e tomou conta das redes sociais, um desenho que retrata uma rosa e mãos dadas, com a frase “Ninguém Solta a Mão de Ninguém”.

A artista Thereza acredita que o desenho tenha se espalhado por representar um conforto de “Que não estamos sós e tem gente perto, que podemos contar sim um com o outro”.

 

Esse desenho foi adquirido principalmente pela comunidade LGBT e artistas assumidos homossexuais como resistência e combate a esse comportamento que estaria virando um hábito entre os membros desta minoria.

Publicado em: https://medium.com/@thaisaugusto/parece-que-h%C3%A1-mais-ultraconservadores-saindo-do-arm%C3%A1rio-do-que-gays-1c145c99b981

•••

Futebol feminino: Crítica ao amadorismo no esporte brasileiro

Mesmo com pouco apoio e incentivo o futebol feminino permanece forte e começa se tornar

um “produto” de boa qualidade

 

 

 

Neste ano, vamos presenciar um dos maiores eventos do mundo no Brasil, os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, que terá início no dia 5 de agosto de 2016. A festa é esperada por todos como momentos de alegria e comemorações, porém o evento não tem só essa finalidade, pois nessa situação fica evidente que o país pouco investe no esporte e está muito atrasado em comparação aos outros.

Muitos esportes são considerados amadores, ou seja, aquele que pratica a modalidade por amor. O Futebol no Brasil é considerado uma das maiores paixões do povo e o único que é incentivado, patrocinado e televisionado em rede aberta. Verdade? Não, porque se falamos de Futebol Feminino a história muda.

Esse esporte no Brasil é classificado como amador e pouco multidisciplinar, ou seja, o técnico faz tudo, as vezes por falta de verba ou desinteresse de outros profissionais. “ A falta de investimento é a realidade do Futebol Feminino, quando um clube tem investimento ele está fora da realidade” Disse, Jonas Urias, técnico do Centro Olímpico, 27 anos. A modalidade vive de ciclos, pois varia de interesses políticos e sociais, além de não ser estável pela falta de planejamento a longo prazo, que segundo Jonas, isso acontece, pois, é regido por pessoas que pensam no agora.

Todas as empresas têm interesse em divulgar a sua marca, e esse é o maior conflito enfrentado, porque sem mídia e visibilidade, empresários não investem, causando assim, pouca verba e transtorno. Outro problema encarado, é a falta de apoio e disponibilidade de clubes, que não se interessam pela inserção desse esporte, mesmo com a Lei 13.155, que permitiu os clubes renegociar dívidas se tivessem um investimento mínimo no futebol feminino.

Tanto as atletas quanto os técnicos sofrem muito nesse esporte, “Aqui só sou eu e o meu ajudante, não somos assalariados, estou aqui por amor às meninas, pois se encerrarmos nosso trabalho, muitas ficarão sem time”. Disse Ricardo Silva, técnico do Vila Guarani, 33 anos. Na maioria das equipes femininas, o centro de treinamento é precário, campos com buracos, vulneráveis a doenças e poucos materiais disponíveis.

 

A maioria das atletas levam a modalidade como uma profissão, pois contém uma carga de treino excessiva que não sobra tempo para trabalhar, por esse motivo, frequentemente, não são apoiadas pela família ou desistem quando chegam em uma certa idade. Além disso, meninas jovens que sonham com esse esporte estão desanimando, porque está ocorrendo um esquecimento das categorias de base. “O trabalho realizado com as meninas nas bases vão ser o futuro das garotas que estarão no profissional mais adiante, não se dá para pensar só no atual”. Alega Ricardo.

Neste ano o futebol feminino está vivendo um ótimo momento, pois o campeonato brasileiro de 2016 está sendo o mais competitivo de todos. Com a Seleção Brasileira permanente, as jogadoras tops do mercado nacional ficaram indisponíveis para contratações e que, por consequência, nivelou as equipes, causando placares imprevisíveis e atraindo mídia. O canal que transmiti a competição, não de rede aberta, está surpreendido com o talento apresentado. “Os comentaristas sempre falam que os jogos são bons de você assistir, que é um nível legal dentro de uma qualidade mínima se tonando um bom produto”. Disse Jonas.

Para solucionais esses problemas enfrentado pela modalidade, os órgãos que regem o futebol: ministério, secretaria, federações e confederação brasileira, tem de deixar de lado interesses políticos e pensar na modalidade a médio e longo prazo. Criar leis e obrigações para clubes, técnicos e atletas impondo a responsabilidade a todos, e diante dessa ordem, tem que estar incluído um suporte midiático, que seja obrigatório para criar uma cultura nacional, fazendo com que as pessoas respeitem mais o futebol feminino e se habituem em assisti-lo. “O maior problema do futebol feminino não é a falta de verba e sim de pessoas qualificadas e interessadas na modalidade”. Conclui, Ricardo.

•••

Destaque para natação feminina brasileira

 

Sete atletas mulheres conseguem uma vaga nas olimpíadas, conseguindo atingir o patamar

da natação masculina

 

Estamos a 80 dias dos Jogos Olímpicos de Verão do Rio de Janeiro, o evento mais esperado pelo mundo, principalmente pelos brasileiros. Neste ano, o Brasil teve destaque nas piscinas, totalizaram nove atletas mulheres para representar o país na natação, sendo que sete alcançaram o índice olímpico em provas individuais dentre elas: Daiane Dias (100m borboleta), Daynara de Paula (100m borboleta), Graciele Hermann (50m livres), Joanna Maranhão (200m e 400m medley) Manuella Lyrio (200m livres) Larissa Oliveira (100m e 200m livres) e Etiene Medeiros (50m e 100m livre, 100m costas), além de contar com a presença de Jessica Cavalheiro e Gabrielle Roncatto para completar o revezamento.

Em comparação aos jogos anteriores, neste ano está acontecendo uma grande evolução, “o feminino que era considerado a parte mais fraca, hoje está mudando e a tendência é melhorar cada vez mais”, diz Eduardo Pio, técnico do Juventus, 40 anos. Em 2000 (Sidney) apenas uma atleta nadou, em 2004 (Atenas) três bateram o índice, em 2008 (Pequim) classificaram cinco para provas individuais e 2012 (Londres) quatro. “Se analisarmos uma prova de 200m livres, consegue-se duas meninas e outras três bem próximas, isso é muito bom, tempos atrás tínhamos dificuldade de ter uma, hoje temos dentro de três ou quatro muito perto, melhorou bastante, e acredito que para próximas gerações vão ter muito mais”, alega Thiago Moreno, técnico do Pinheiros, 36 anos.

O Brasil oferece uma boa base à natação, neste último ciclo olímpico o feminino vem se igualando, isto é, o que tem para o masculino tem para o feminino, o incentivo está sendo igual. A Confederação Brasileira Desportos Aquáticos (CBDA) separou a natação feminina da masculina, nomeando um coordenador, Fernando Vanzella, técnico do Sesi, para a modalidade. Esse projeto deu uma atenção especial às meninas, pois focaliza num trabalho melhor elaborado, além de proporcionar uma preparação específica, contribuindo assim para uma formação de atletas mais comprometidas. “Essa concepção de ter um coordenador feminino começou a surtir efeito agora, atletas com 15,16 e 17 anos estão muito próximas do índice e com certeza presenciarão as olimpíadas seguintes”, alega Thiago.

Hoje as principais dificuldades enfrentadas no esporte estão obsoletas, como os tempos batidos pelas meninas que ficavam muito abaixo do nível mundial que, segundo Thiago, isso era causado pelo déficit de competições internacionais, onde atletas destaques não conseguiam passar para outras como atuavam. Outro problema que vem sendo superado pelas brasileiras é a falta de competitividade nas provas. “No feminino quando uma atleta se sobressaía, as outras tinham dificuldade de alcança-las, hoje não mais”, conclui Eduardo.

O atleta brasileiro sai de seu país por um principal motivo: os estudos. Isso acontece porque aqui no Brasil é muito difícil conciliar um esporte de alto rendimento com a faculdade. Atletas que acabaram determinar o ensino médio e querem continuar estudando não conseguem, por conta de os horários serem muito estipulados, conciliar o treino. Essa situação causa uma evasão de profissionais para as universidades americanas.

Um fato curioso, que vem acompanhando os atletas de alto rendimento nesse esporte são os campeonatos militares mundiais. O Brasil incentiva bastante. No campeonato, atletas são selecionados e convidados a integrar na área militar em troca de um incentivo. Porém, esses atletas continuam treinando com seus clubes e, quando chega perto de competições, concentram-se no Rio de Janeiro, onde se apresentam e realizam alguns treinos. Posteriormente defendem o país em outra alçada que é a competição militar.

Pode-se dizer que a natação feminina está vivendo um dos melhores momentos de sua história. Várias ações melhoraram o número de nadadoras atuando nos clubes e o trabalho está sendo continuo, meninas não estão desistindo do esporte, pelo contrario, estão confiantes e buscam cada vez mais alcançar novas˜ metas e grandes objetivos, como recordes e medalhas olímpicas.

•••

O esporte transforma

 

História de duas campeãs que contam a realidade do mundo esportivo sem o glamour do futebol masculino

 

 

De acordo com a Lei de Incentivo ao Esporte, mais de R$ 869 milhões foram destinados para projetos voltados ao esporte como lazer, instrumento de educação e de alto rendimento. Contudo, o Brasil ainda ocupa a posição de subdesenvolvido quando o assunto é esporte olímpico e categoria de base.

Por esta vertente - mau planejamento no campo amador - a primeira barreira que o jovem atleta encontra é a falta de verba para locomoção e materiais esportivos. “Me lembro que minha mãe fez diversos trabalhos de diarista para poder pagar minha condução, uniforme e tudo que eu precisava para continuar no esporte, foi uma trajetória muito complicada”, conta a ex-jogadora de basquete profissional, de 31 anos, Aline Clemente.

O esporte na vida de muitas pessoas, principalmente nas famílias carentes, significa para o atleta uma busca por conquistas pessoais ou familiar. “Quando eu era mais nova, nunca pude ter de tudo, muitas vezes minha mãe não tinha dinheiro para comprar algo que eu pedia para ela. Eu pensava muito nisso, dizia para mim mesma que iria conquistar tudo que almejava na minha vida, e iria ter condições de comprar o que eu quisesse sem passar vontade”, afirma Beatriz Menezes, 19 anos, jogadora profissional da seleção brasileira de futebol.

Outra dificuldade que os atletas que não escolhem o futebol enfrentam é a instabilidade dos clubes que geram uma dúvida na família e na vida do jovem. “Os clubes de modalidades esportivas olímpicas são empresas que abrem e fecham todos os anos, deixando de contribuir para a evolução da modalidade, além de fazerem com que o atleta seja um nômade”, diz Katia Rubio, pesquisadora da USP e especialista no esporte olímpico brasileiro.

Isso repercute em muitas viagens, distanciamento da família e interrupção dos estudos. Muitas vezes o jovem fica sujeito da modalidade permitindo que ela o controle. “Passei fome, dormi em rodoviária, morei numa casa com 12 meninas comendo somente almôndega por um mês. Além disso, nunca tive oportunidade de terminar minha faculdade. Caminho muito longo, cansativo, mas gratificante”, desabafa Aline.

 

 

Superação

 

O esporte é um modelador de personalidade. Segundo nossas atletas entrevistadas, a prática esportiva representa a essência de suas vidas, assim como o caráter que possuem. “Tudo que tenho hoje, disciplina, educação, respeito, coragem, competitividade e hierarquia vem disso”, diz Beatriz.

Ela completa que o esporte abre muitas portas e, uma delas, é o estudo tanto no Brasil e até mesmo fora dele. Neste ano ela iniciou a faculdade, o atual clube que trabalha lhe deu bolsa de 100% no curso de fisioterapia. Já a realidade de Aline é diferente de Beatriz, ela nos conta que usa o esporte ao seu favor, depois de toda experiência e bagagem que conquistou durante anos, hoje é o basquete que paga sua faculdade e permite concluir o curso aos 31 anos.

Além de tudo, a prática profissional do esporte olímpico muda a vida financeira dos atletas e de suas famílias. “Hoje em dia, com muito trabalho e dedicação, posso me sustentar, conquistar minhas coisas e ajudar minha mãe. Meu sonho é comprar uma casa para ela com aquilo que faço”, relata Beatriz.

A cultura e o conhecimento também são partes do esporte. As entrevistadas contam sobre viagens que fizeram para outros países que nunca teriam conhecido se não tivessem em contato com a modalidade. “Já tive passagens pela seleção Brasileira de Futebol em todas as categorias de base, então viajei pelo mundo, para lugares que eu nunca imaginei que iria, como Estados Unidos, Dubai, Papua Nova Guiné”, especifica a jogadora de futebol.

Aline, aposentada e experiente na área esportiva, deseja escrever um livro sobre a vida de um atleta amador, apontando dificuldades das modalidades que não glamour característico do futebol. Ela considera-se 100% defensora de um atleta, porque sabe de tudo que ele tem de abrir mão para crescer no esporte.

•••

Com o destino nas mãos

 

Estudantes deixam suas casas atrás de um futuro promissor ocupando repúblicas em São Paulo

 

O chamado “jovem atual” compreende mais liberdade, independência, tecnologia, festas e o principal: todo jovem tem um sonho. Vou falar dos utopistas do interior, que vêm para a Grande São Paulo em busca de experiências, universidades, bons currículos e oportunidade de emprego; no geral, um estilo de vida melhor.

Buscando um pouco de dados para entender essa pauta: segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 2,2 milhões de estudantes se deslocam para o Sudeste em virtude de universidades, sendo que, 1,75 milhões é destinado à cidade de São Paulo.

No Sudeste, a população que vive em arranjos – casa não própria - é proporcionalmente maior do que o resto do país. Os moradores destes conglomerados representam 72% do total dos moradores dessa região. “Além do fato de muitas pessoas virem pelas universidades, existe outro fator relevante: a atividade econômica, que provoca uma circulação maior das pessoas, e como no Sudeste tem uma economia pujante, podemos presenciar esta tese”, relata, um dos pesquisadores do IBGE responsável pelo estudo, Mauricio Gonçalves.

Acompanhei dois estudantes que vieram da mesma cidade – Ribeirão Preto – com histórias, sonhos e objetivos diferentes. Participei da rotina deles, desde a hora que acordaram até o fim do dia, buscando ver como foi sua adaptação em uma cidade com a culturas diferentes da região de sua origem, como se comportam e o que enfrentam sem a família e amigos por perto.

 

 

O primeiro impacto

Renato Ribeiro, um estudante de publicidade e propaganda da faculdade Anhembi Morumbi, sonhava com a cidade de São Paulo em busca de faculdade de qualidade e oportunidade de emprego. Entretanto, ele teve que enfrentar o fato de ficar longe da família. “Para mim foi a parte mais difícil, porque no meu caso, sempre fui muito apegado a eles”, afirma o jovem de 21 anos.

 

A psicóloga Kátia Resende conta que à primeira dificuldade do jovem quando chega é a adaptação em uma nova cidade e a organização de sua nova vida. “De fato a minha maior dificuldade de adaptação foi o trânsito e o excesso de pessoas no transporte público. Sempre fui acostumado a reservar uns cinco ou dez minutos para ir a algum compromisso, aqui já é bem diferente, tudo que faço exige um certo planejamento antes”, conta Ruan.

 

Kátia enfatiza também, o baque que o jovem tem, quando começa a morar numa casa sozinho, onde ele é o responsável pela organização, obrigações diárias e por sua alimentação. “A minha vida era muito sossegada, agora tenho que fazer coisas que nunca fui acostumado, como lavar e passar minhas próprias roupas, fazer a comida, lavar a louça e tudo mais”, reclama o estudante.

 

Renato acorda todos os dias as 6h30 para ir a academia, em dias de sol ou chuva, academia é uma das tarefas mais importante na percepção dele. Arruma a cama e corre para cozinha para fazer seu café, nada muito pesado para poder fazer um treino bom. Ele conta que tem interesse em passar com uma nutricionista para fazer uma alimentação fitness. Renato gosta muito de andar de bicicleta e traz um pouco da cultura do interior para a grande cidade transformando a bicicleta em seu veiculo de locomoção. A Smartfit que fica exatamente a 15 minutos de sua residência.

 

Os treinos na academia são puxados, mesmo sem nenhum objetivo esportivo Renato se preocupa com a aparência, então todos os dias pratica um treino para desenvolver seus músculos. Como sua aula começa as 8h20, 7h45 sai da academia de banho tomado e vai para a faculdade com sua bicicleta. Essa trajetória demora em média 20 minutos.

 

Chegando na Anhembi Morumbi localizada na Mooca amarra sua bicicleta e sobre para as aulas. Renato é muito estudioso então neste tempo tive que espera-lo no refeitório. 13h00 hora do almoço e mais um vez um passeio de bicicleta nas ruas da zona leste de São Paulo. Ruan costuma comer no expresso um restaurante a kilo perto do metro Belém, lá ele já é cliente e pela intimidade consegue guardar a bicicleta dentro do restaurante.

 

No almoço não dá para bobear porque 15h00 entra no trabalho, então temos que acelerar. A alimentação é bem regrada porque logo menos teremos que subir na bicicleta novamente. Vinte e cinco minutos de pedalada e lá vamos nós.

A volta para casa se dá mais ou menos pelas 21h00, as ruas já estão mais tranquilas e o trajeto é mais rápido. Com ele não tem janta só quando está com muita fome, ele diz que prefere chegar e dormir, porque não é fácil ficar pedalando o dia inteiro “Quando dá, saio para encontrar alguns amigos em algum barzinho, mas isso só se eu não estiver cansado, depois volto para casa”, disse sorridente.

 

Nossa segunda personagem é uma menina que retém a ambição de buscar um crescimento profissional e pessoal, Isabela Tolino, estudante de administração da faculdade FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas). Ela nos conta, também, que sua maior dificuldade foi deixar família e amigos para trás. “A minha família e meus amigos são tudo para mim em Valinhos, a saudade é constante, mas São Paulo se tornou um sonho para um objetivo meu muito concreto”, assegura ela.

 

Isabela releva que a maior dificuldade de sua adaptação foi com as localizações “hoje ainda me perco direto”. Reclama também da distância entre sua faculdade e trabalho, mas o que mudou muito da sua antiga rotina para a grande cidade foi o tempo que passava em casa. “A minha rotina piorou muito, não tenho mais tanto tempo para ficar em casa, logo não consigo comprar o meu tão desejado animalzinho de estimação”, frustra-se a menina de 21 anos.

Isabela diferente de Renato acorda as 9h20 um pouco mais tarde e sem muita agitação, toma seu banho, café e experimenta sempre pelo menos umas 5 trocas de “looks” e quase sempre volta para a primeira que tinha colocado. Seu café não varia muito de bolacha de água e leite, diz que essa vida de ser fitness não é para ela, mas procura sempre estar comendo bem.

 

No trabalho ela entra só as 11h e lá passa o dia inteiro na frente do computador dificilmente tem reuniões. Ela costuma ficar escutando suas músicas preferidas no sportfy quando o trabalho é mais robotizado e não precisa de tanta atenção. Isabela é muito feliz no ambiente, conhece todo mundo e todos a adoram, ela conta que tem um ótimo salario e lá ela aprende bastante e desenvolve suas habilidades.

As 17h30 é a hora que sua vida dá uma acelerada, porque como entra na faculdade as 18h30 não pode ter atraso. Para chegar na FMU tivemos que pegar dois ônibus,  ela não gosta de andar de metrô por ser muito fechado e não ter janela. Esse é um momento muito estressante em sua vida, ela não admite perder uma hora do seu dia em transito, mas como não tem uma solução concreta procura sempre estar com um livro ou baixar series no Netflix para praticar o inglês.

Chegamos com 10 minutos de antecedência para o início das aulas, e como Isabela diz hora de dar aquele “oi” para o bar. Quarenta minutos se passaram de aula e ainda estávamos tomando uma cerveja, como o professor faz chamada as 20h00 as 19h10 é um bom horário para entrar pensa ela. Uma vez que entrou na aula não sai mais, ela se concentra e entendi que é o momento que deve se dedicar.

Por volta das 22h30 pega um ônibus de volta para casa. Chegamos as 23h30, muitas vezes ela não janto, o que é bem difícil para ela por adorar fazer um cafezinho da noite. Ela lamenta muito essa rotina por achar que seu dia não está sendo produtivo como devia ser.

 

 

Cuidados e planos futuros

O jovem é um grande sonhador e quer tudo ao mesmo tempo; e são os pais que os coordenam e reajustam para nunca perderem o foco. Com esses adolescentes é mais complicado, porque são eles que determinam seus limites. “Os jovens têm que ter disciplina e responsabilidade em suas escolhas, aprender a dizer não para si mesmo ao que se refere aos prazeres imediatos”, afirma a psicóloga.

Kátia acredita que a saída de casa propõe somente pontos positivos, isto se for com responsabilidade: “Os adolescentes que saem de casa, aprendem a se cuidar e se virar sozinho, alcançam uma independência emocional; de modo geral, têm mais contato com a realidade”.

Para esses aventureiros, é muito comum a depressão. Ela geralmente é causada pela carga emocional que tem no jovem, adquirida principalmente pela inexistência de amigos ou ausência dos pais. “Para que eles fiquem saudáveis psicologicamente é preciso ter metas, foco e objetivo claro do porque ele fez a mudança, pois quando se sabe onde quer chegar, mesmo o caminho tendo obstáculos, ele terá disciplina e persistência”.

 

Renato se sente mais maduro e seguro de seus objetivos. O próximo passo dele será alugar um apartamento mais próximo da faculdade e conseguir se tornar mais independente entrou com um pedido na mudança no horário para conseguir estudar a noite e trabalhar CLT.

 

Todos os dias Renato pega em seu criado mudo que fica ao lado esquerdo da cama um tipo de agenda que comprou na saraiva onde responde cinco perguntar por dia durante cinco anos. Ele gosta de deixar seus objetivos e metas organizadas para não se perder tanto na vida financeira quanto em seus sonhos. Ele acredita que com o mundo com acelerado é muito fácil perdemos o foco e se não deixar escrito e olhar todos os dias para aquilo mudará de opinião muitas vezes como muitos amigos que ele conhece ou convive.

 

Isabela já trabalhou em um órgão público e dois bancos, é muito feliz com as experiências que adquiriu aqui, seu objetivo é querer ainda mais melhorar seu currículo. Tem um planejamento em seu computador organizado em uma planilha do excel sobre os cursos pagos, cursos gratuitos, livros, pesquisas rápidas, frellas que quer adquirir e desenvolver.

“Meu maior objetivo aqui em São Paulo é conseguir participar de tudo que a cidade pode me proporcionar, tanto em relação a estudos e cursos, mas como cultura e experiências, quero poder fazer tudo que me traga conhecimento”.

 

Voltaria para o interior?

Isabela desesperadamente responde essa pergunta com um não alto e seguro. “São Paulo me moldou financeiramente, profissionalmente e psicologicamente, são três aprendizados que seriam muito diferentes se eu estivesse no interior”. Além disso,  a relação que construiu com amigos e sua liberdade é a maior causa para querer ficar.

 

A vida de Isabela é muito mais agitada que a de Renato, quase todas as noites as amigas de Isabela estão na casa dela comendo pizza, assistindo filme ou só conversando. Muito difícil de se sentir solitária. E seu final de semana é a mais uma razão para que ela fique apaixonada por São Paulo.

 

Com a finalidade de estar presente no famoso Vila Mix em uma noite de sábado, Isabela liga para seu grupo de cinco amigas e de repente seu mini apartamento consegue abrigar cinco meninas divertidas e cheia de energia. Som alto e mais de onze tentativas de troca de roupas. E lógico não podia faltar a bebida e a maquiagem. Como seu apartamento tem uma ótima localização, o Uber não é uma péssima opção, logo na volta todas dormem juntas.  

Diferente dela, Renato é um menino muito reservado e pode se considerar “certinho”, casa sempre limpa, roupas passadas em dia, nunca tem louça e seu guarda roupa é organizado por cores.

Muitas vez a solidão o pega e quando isso ocorre decide ir para Valinho visitar a família. Mas isso não é um problema. Quando a pergunta é direcionada a ele o “não” vem claro e seguro da mesma maneira.

“Sei que aqui é a cidade que não dorme, porém mesmo eu sendo muito caseiro não me impede de ser apaixonado por São Paulo”. Seus sábados assim como no meio da semana pega sua bicicleta e vai até academia fazer seu treino e na volta coloca seu hobbies em pratica, faz aquele almoço delicioso que para lembrar da casa vó. Após terminar de comer e limpar tudo, liga seu rádio em uma música mais calma e faz sua meditação para sempre manter a plenitude do interior em sua casa. Costuma não receber muitas visitas então usa seu tempo para direcionar para objetivos profissionais e culturais.

•••

Oncologia veterinária

 

Assim como os seres humanos, os animais também sofrem riscos de ter câncer

 

Hoje, todos os animais sofrem riscos de ter câncer. Uma vez que, os cuidados dos proprietários aumentam, a longevidade dos pets cresce. Contudo, há uma faceta relacionada a essa idade avançada: ocorrências de câncer. A oncologia veterinária é o estudo responsável por buscar diagnósticos e tratamentos para a cura do animal.

Os estudantes que estão cursando medicina veterinária, após concluir a faculdade, podem aprimorar seus conhecimentos em oncologia veterinária por meio de cursos de especialização.

A ABROVET (Associação Brasileira de Oncologia Veterinária) é uma entidade sem fins lucrativos, criada em julho de 2004, por profissionais atuantes desta área que tem como objetivo encorajar pesquisas relacionadas a prevenção do câncer visando o bem-estar do animal. Maria Lucia, 53 anos, presidente da ABROVET quer congregar médicos veterinários de todo território nacional por meio de encontros, cursos de atualização e congressos para ampliar o conhecimento deste estudo, além de ter interesse em promover um canal de comunicação entre proprietários e médicos.

 

O câncer veterinário

O câncer acomete os pets entre a fase adulta e senil. Entre os tipos de câncer mais comuns nos animais, de acordo com pesquisas abordadas pela ABROVET, destacam-se: linfoma, mastocitoma, carcinoma espinocelular, hemangiossarcoma, osteossarcoma, tumor venéreo transmissível e melanoma. Nos machos está presente o câncer de próstata e diferentes tumores no testículo, nas fêmeas o tumor de mama e em gatos o linfoma alimentar.

Existem algumas formas de prevenção dos diferentes tipos de câncer. Segundo a doutora Vanessa Martins, 24 anos, veterinária da Especivet Medicamentos Especiais, “não é adequado deixar o animal exposto por muito tempo no sol, isto pode levar à evolução de um tipo de tumor de pele; é indicado que seja realizada a castração de fêmeas precocemente - o que diminui a incidência de câncer de mama; evitar que haja acasalamento entre seu pet e um animal que desconhece sobre sua saúde”.

Como forma de tratamento, “depende do tipo de tumor, da localização, da extensão, da presença ou ausência de metástase, além do estado geral do animal e possíveis doenças concomitantes”, afirma Vanessa. De maneira geral, pode ser instituído como tratamento a cirurgia, quimioterapia, radioterapia, eletroquimioterapia e crioterapia, “lembrando que estes podem ser realizados separadamente ou em conjunto”, conclui a doutora.

 

O dia a dia da profissão

O profissional especializado em oncologia se torna melhor capacitado para realizar o diagnóstico e tratamento de câncer. Buscam uma cura ou o aumento da sobrevida com qualidade de vida do animal.

Tarso Felipe Teixeira, professor – da UNIP (Universidade Paulista) -  e doutor veterinário do laboratório de Oncologia experimental da USP (Universidade de São Paulo), presencia casos de pets com câncer no dia a dia. Refere-se como a maior dificuldade, informar ao proprietário do animal sobre a doença de seu melhor amigo. “É preciso traçar uma estratégia a fim de minimizar o sofrimento do paciente, e mostrar que é importante tentar tratar ou buscar uma cura. Deixar claro que a chance de luta contra o câncer só existirá se tentarmos, não é uma barreira instransponível”, afirma Tarso.

Os laudos não trazem escrito especificamente se é um câncer ou não, cabe ao médico veterinário solicitante diagnostica-lo. Explica o doutor, que só após uma análise da doença e do paciente, ele consegue concluir se aquele nome é um câncer. “O problema deve ser passado ao responsável de forma objetiva, deixando claro as possibilidades de luta, os prós e contras do tratamento e o custo”.

Infelizmente, em muitos casos os proprietários tendem a não querer fazer o tratamento e preferem sacrificar o animal, o que estava se tornando uma realidade muito comum. “Nosso objetivo é mudar essa cultura e implantar a iniciativa de batalhar contra o câncer, pois cada batalha vencida é um passo dado em direção a vitória”, declara Tarso.

 

Making Of

Dia 21/11/2016 comecei a trabalhar nesta matéria. Infelizmente tive uma semana para falar de um estudo tão interessante dentro do mundo veterinário. Oncologia é um assunto que surgiu a partir dos meus conhecimentos adquiridos em um estágio que estou efetuando em uma clínica veterinária. O tema me despertou muito interesse, pois é de extrema importância e de pouco conhecimento da sociedade. Como o tempo era curto, e o prazo era de uma semana, tive bastante dificuldades com as fontes. Primeiro entrei em contato com a ABROVET (Associação Brasileira de Oncologia Veterinária), eles me responderam rápido e objetivo. Entretanto, disseram que com o evento que acontecerá no dia 2/12, não estavam com disponibilidade para entrevista - que infelizmente não conseguirei agregar na matéria. Contudo, a Maria Lucia, presidente, me enviou um arquivo em PDF para consulta. Conversei com a doutora Vanessa da clinica Especivet, na qual fiz uma entrevista presencial. Ela me passou conteúdos técnicos e práticos sobre oncologia e o câncer veterinário. Outro profissional destas áreas que falei foi Tarso Felipe Teixeira, professor – da UNIP (Universidade Paulista) -  e doutor veterinário do laboratório de oncologia experimental da USP (Universidade de São Paulo), que contou como era seu dia a dia, diante a estas situações.

•••

“Nos primeiros seis meses eu trabalhei sem nenhum dia de folga”

 

Ofertas tentadoras apresentadas às mulheres Filipinas resultam em tráfico e exploração de mão de obra

 

Com o propósito de evitar o descontentamento dos nativos, após o aumento de preço de petróleo no Oriente Médio, o governo Filipinas decidiu aumentar contratos de trabalhos a partir da fomentação da emigração, porém essas grandes oportunidades e ofertas tentadoras ilusórias apresentadas, resultam em mulheres Filipinas traficadas e exploradas como mão de obra em todo mundo.

Hoje, mais de 2 milhões de filipinos trabalham fora de seu país de origem, de acordo com o Philippine Statistics Authority, um número tão significantes que criou-se uma sigla para esses trabalhadores expatriados: OFW’s (Overseas Filipinos).

A pobreza desses locais, mais a necessidade de tais trabalhadores em outros países, pareceu o encaixe perfeito para nativos procurarem oportunidades fora dali. Contudo, foram criadas agências para esse processo de expatriação, onde eram oferecidos promessas de emprego, bons salários e melhores condições de vida, mas que na verdade, procediam, principalmente, à exploração do trabalho feminino.

Em pesquisa realizada no ano de 2016, havia um número maior de mulheres Filipinas na Arábia Saudita como receptor principal dessa mão de obra. Elas estão presentes aqui no Brasil também, existem mais de 100 mil filipinos em terras brasileiras, segundo dados da polícia federal.  

 

 

Exploração no Brasil

As Filipinas são as favoritas ao cargo de domésticas e babás para trabalhar nas casas de famílias que residem em bairros nobres da capital paulista. Entretanto, em agosto de 2017, foi descoberta a exploração do trabalho filipino no Brasil, segundo o Ministério Público do Trabalho.

“Às vezes eu perguntava à minha patroa se podia pegar um ovo, e ela dizia que não”, afirma a imigrante, uma das três que estavam em situação análoga ao trabalho escravo em casas na região metropolitana de São Paulo, segundo auditores fiscais do Ministério do Trabalho.

As Filipinas exploradas no serviços doméstico pagaram aproximadamente R$ 7 mil para agências em troca de emprego e um visto de trabalho por dois anos. Essa ação foi configurada como tráfico, visto que os trabalhadores em situação de vulnerabilidade econômica precisavam dispor dessa quantia, levando posteriormente ao débito e qualificando assim servidão por dívida. Além disso, elas trabalhavam 16 horas por dia, em jornadas que ocupavam todo o período em que estavam acordadas. 

“Nos primeiros seis meses eu trabalhei sem nenhum dia de folga”, diz uma delas. “Começava às seis da manhã e terminava às dez da noite, e se tivessem visitas, me pediam mais uma hora, mas nunca fui paga pelas horas extras”, conta a trabalhadora

A agência de empregos Global Talent intermediava essa mão de obra das Filipinas para serviços domésticos, através do empresário Leonardo Ferrada e “atrativos” vendidos pelo site da agência. “Filipinos são considerados em todo o mundo a melhor mão de obra especializada em serviços domésticos, com personalidade alegre, são sempre leais e confiáveis para cuidados com sua casa e sua família, anuncio do site da Global Talent, empresa responsável pelo agenciamento das trabalhadoras.

 A filipina Chang Jordan, ativista do Women’s Legal and Humans Right Bureau, uma organização feminista focada nas trabalhadoras domésticas, conta que  estereótipos como esse são usados em todo o mundo. “Elas são as melhores, elas são alegres. Então você pode explorá-las muito, e está tudo certo”, diz a filipina. Em 2018, a agência e o empresário foram condenados a pagar 2,8 milhões por tráfico de pessoas para a exploração de trabalho.

 

 

Quais tipo de trabalhos são feitos?

A pequena taxa de Filipinas em São Paulo tem como “ocupação” em sua maioria trabalhos temporários ou de “baixo status” confirmando assim o estereótipo internacional da população imigrante Filipina, como em Singapura, que veem essa imigração como uma oportunidade de ganhar um pouco mais e atravessam o mar para atuarem como babás, domésticas, caixas de supermercados e etc.

 

A situação dos filipinos homens não está muito longe. No Brasil, por exemplo, atuam na maioria das vezes com trabalhos braçais, menos técnicos e mais físicos, por mais que tenham vocações de cargos mais “altos”, como professores e engenheiros.

Por mais que os casos conhecidos de trabalhos no Brasil por Filipinas esteja direcionado às mulheres, apenas 6,4% dos imigrantes representa o gênero feminino. Segundo os dados da PF, a maioria hoje que está presente no país são estudantes ou realizadores de trabalhos de pequeno porte. Ainda segundo os dados da PF, a maioria dos trabalhos de imigrantes são oficiais, 87% de todos os imigrantes filipinos são oficiais e apenas 4% desses oficiais são mulheres.

•••

bottom of page